Dados difíceis de encontrar são uma ameaça significativa à transformação digital

Por que as empresas ainda têm dificuldade para responder a uma reclamação de serviço, recomendar um produto ou dar aos funcionários acesso aos dados de que eles precisam para tomar decisões críticas?

Essas ações são cruciais para segurar clientes e engajar funcionários em um mercado competitivo, mas dependem de encontrar as informações certas, e isso não é uma tarefa fácil.

Na verdade, 81% dos trabalhadores do conhecimento afirmam ter dificuldade em encontrar documentos quando estão sob pressão, de acordo com uma pesquisa recente da Wakefield Research e da Elastic. E não são apenas os trabalhadores da linha de frente que enfrentam o desafio da gincana das informações. A McKinsey descobriu que cerca de 60% dos gerentes de nível médio e altos executivos dizem que a maior parte de seu tempo de tomada de decisão é usada de forma ineficaz.

Garantir que os funcionários tenham acesso às informações de que precisam é um precursor crítico para alcançar os resultados de negócios e a mudança organizacional que são cada vez mais requisitados aos CIOs. Em muitas organizações, esse primeiro passo de missão crítica não está acontecendo, minando as chances de a transformação digital ser bem-sucedida.

“A transformação digital só funciona se todos na sua organização se consideram agentes da inovação”, diz Curt Carver, vice-presidente de TI e CIO da Universidade do Alabama em Birmingham. “E isso só será possível se seus trabalhadores do conhecimento realmente tiverem conhecimento.”

No local de trabalho da atualidade, cada vez mais complicado, remoto e com múltiplas ferramentas, os CIOs têm a oportunidade de resolver dois desafios — gerar melhores experiências e colocar a transformação digital no caminho certo rumo ao progresso — com novos recursos de tecnologia de busca que podem pôr funcionários e clientes em contato com qualquer informação de que precisem, em qualquer fonte, de forma ágil.

Procurando a resposta

A tecnologia de busca alimentada por inteligência artificial e projetada para negócios pode ajudar as organizações a alcançar maior produtividade e engajamento. Ela pode capacitar os funcionários a tomar decisões mais rápidas e eficazes, oferecendo uma experiência mais personalizada.

“Não há razão para os funcionários não poderem ter em uma empresa ou organização do setor público a experiência à qual estão acostumados no mercado de consumo”, diz Matt Riley, vice-presidente de busca empresarial da Elastic.

“Ela requer modelos de relevância mais sofisticados e a alimentação de tantos modelos com sinais contextuais quanto possível. O resultado final é que as organizações podem criar experiências que encantam os clientes ou fornecer aos funcionários acesso a dados para eles poderem tomar decisões de negócios mais inteligentes”, diz Riley.

Como os CIOs podem começar? Compreendendo alguns dos recursos que estão moldando não apenas o futuro da busca, mas o próprio futuro do trabalho. Veja quais são eles e como se beneficiar deles.

A base de uma experiência melhor

Antes de encontrar informações por meio de busca, as empresas devem primeiro localizar, normalizar e etiquetar seus dados. Isso é especialmente desafiador com dados não estruturados, como texto não rotulado em PDFs ou documentos do Word.

“A ideia de etiquetar tudo é impressionante, especialmente se todo esse conteúdo vier de silos de dados distribuídos por diferentes ambientes”, diz Mike Leone, analista sênior da ESG Global.

Felizmente, os algoritmos de machine learning podem ajudar a automatizar o processo. Por exemplo, eles podem analisar dados estruturados, como campos rotulados em um banco de dados, e então aplicar esses insights a dados semelhantes de outras fontes.

“Ter dados estruturados que estão rotulados pode ajudar a descobrir informações no mundo não estruturado”, diz Riley. “Depois que você viu tudo, pode adotar uma estratégia mais inteligente para recuperar dados de fontes que não são tão estruturadas.”

Foco em resultados personalizados

No mundo do consumidor, alguém que estivesse procurando restaurantes ou informações de trânsito obteria resultados diferentes com base nos dados de localização. Esse mesmo tipo de personalização pode ajudar a tornar os locais de trabalho mais produtivos. Por exemplo, quando um funcionário de vendas tem uma pergunta, há uma boa chance de que ele esteja procurando uma resposta diferente de um colega de finanças ou engenharia.

“Precisamos repensar como fornecemos informações: de passivas a ativas, de gerais a personalizadas, de estáticas a dinâmicas, dependendo de quem você for, onde estiver e o que estiver tentando fazer”, diz Carver, o CIO da UAB.

Os CIOs podem começar a seguir por esse caminho fazendo com que as equipes pré-carreguem as ferramentas de busca de um funcionário com informações como sua função, o tipo de dados que ele podem procurar e os tipos de informações que seriam irrelevantes para suas consultas.

Este treinamento ajudará um algoritmo a mostrar um documento recente no qual você e um colega colaboraram durante sua última reunião do Zoom ou pode encontrar e fornecer materiais de apoio necessários para uma chamada de vendas.

Fique de olho no futuro

À medida que as empresas começam a perceber os benefícios de dar aos funcionários acesso a melhores dados, os líderes do mercado esperam que os casos de uso se expandam. A busca habilitada por voz, algo que mais de um terço dos consumidores dos EUA faz atualmente por meio da Alexa, Siri e similares, é uma maneira possível.

“Os gerentes de armazém podem perguntar a seus telefones: ‘Onde posso conseguir essa matéria-prima nos próximos 30 dias?’”, diz Cindi Howson, diretora de estratégia de dados da ThoughtSpot, uma plataforma de analítica baseada em nuvem.

As inovações nos sistemas de busca continuarão a levar a melhorias na busca habilitada por voz, interpretando melhor as consultas apresentadas em linguagem falada natural.

A IA também ajudará as plataformas de busca a “evoluir para uma nova geração de sistemas inteligentes de descoberta”, diz Hayley Sutherland, analista sênior de pesquisa da IDC. “O machine learning permitirá que esses sistemas forneçam insights contextualizados e práticos quando os funcionários precisarem deles.”

Em última análise, os CIOs podem capacitar os trabalhadores do conhecimento com a maior vantagem crítica para os negócios: “tomar decisões mais rapidamente do que seus concorrentes”, diz Carver. “Porque se você conseguir tomar decisões mais rapidamente, vai vencer quase sempre.”